O presidente da Bolívia, Evo Morales, prepara-se para enfrentar uma das manifestações mais intensas já ocorridas no país. Indígenas de várias etnias e regiões dirigem-se a La Paz, uma das capitais do país. Eles protestam contra a construção de rodovia que vai cortar uma reserva natural. Morales avisou que pretende conversar com os manifestantes. No entanto, há pouco mais de 20 dias uma manifestação semelhante foi contida de forma violenta, gerando vítimas.
O ministro de Governo (o equivalente à Casa Civil) da Bolívia, Wilfredo Chávez, disse ontem (18) que a polícia vai preservar a segurança dos indígenas. Chávez indica assim que não haverá violência. Chamando os manifestantes de ;irmãos em marcha;, o ministro acrescentou que ;todos os direitos serão preservados;.
Os manifestantes protestam contra a construção da estrada Villa Tunari 2-San Ignacio de Moxos, que corta uma das maiores reservas indígenas do país. Eles estão a pé e caminham em direção a La Paz. De acordo com autoridades, os manifestantes estão a menos de 40 quilômetros da capital. Há suporte médico, caso necessitem de socorro.
O ministro acrescentou que a disposição do governo é buscar o ;diálogo e a boa fé; no relacionamento com os manifestantes. ;O palácio [que é a sede do governo federal] está aberto para a recepção dos indígenas", disse Chávez. Está prevista uma reunião dos líderes do movimento com o presidente Evo Morales.
Há cerca de 20 dias, um protesto semelhante pela mesma razão causou turbulências na política interna da Bolívia. Policiais usaram bombas de gás lacrimogêneo e força. Houve denúncias de violência e vítimas. Ministros pediram demissão dos cargos por divergirem das ordens oficiais em relação ao tratamento dos manifestantes.