Bogotá - Ao menos 300 mulheres da cidade colombiana de Barbacoas, no departamento de Nariño, puseram fim a uma greve de pernas cruzadas" que mantiveram durante três meses e 19 dias em protesto pela falta de uma estrada que ligasse esta região ao resto do país.
"Esta noite comparecemos diante de nossos maridos. A vontade era muito grande e era preciso aproveitar", afirmou Luz Marina Castillo, líder do protesto, referindo-se ao fim da greve, em declarações publicadas neste domingo pelo El Tiempo de Bogotá.
As mulheres, que iniciaram uma greve de sexo com seus maridos, concluíram o protesto, iniciado no dia 22 de junho, depois que o governo se comprometeu a pavimentar os primeiros 27 dos 57 quilômetros de uma velha estrada que data de 163 anos atrás.
Castillo assegurou, no entanto, que, se o Estado não cumprir, "retomaremos a bandeira" do protesto.
A decisão de abstinência sexual foi uma iniciativa de dois juízes de Nariño, Maribel Silva e Diego Henriquez, que incentivaram as mulheres de Barbacoas que se queixavam da passividade dos homens da população para exigir a construção de uma estrada adequada.
Uma vez declarada a greve, "a primeira reação dos homens foi o riso, já que a eles pareceu muito curiosa a forma na qual estávamos protestando", disse Silva.
O investimento nos 27 quilômetros da nova estrada será de 40 bilhões de pesos (cerca de 21 milhões de dólares), disse o ministro de Transporte, Germán Cardona, acrescentando que já estão sendo realizados os estudos para definir o projeto e o custo dos outros 30 quilômetros.