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Bispo católico é indiciado por acobertar pedofilia nos Estados Unidos

Washignton - O bispo da diocese de Kansas City-St Joseph (Missouri, EUA), Robert Finn, foi indiciado por não ter denunciado um caso de pedofilia em que um padre está envolvido, anunciou na sexta-feira (14/10) uma fonte judicial.

O bispo, indiciado com a diocese, é a pessoa com o posto mais alto na hierarquia católica americana a ser acusada em um caso de pedofilia, publicou o jornal "Kansas City Star". A diocese e o bispo afirmaram que não são culpados, acrescentando que "Finn irá se defender com toda a força".

O bispo, que dirige uma diocese com 134 mil membros, é acusado de ter tentado encobrir por cinco meses o comportamento do padre Shawn Ratigan, que atuou em sua diocese de junho de 2005 até o mesmo mês de 2009, e a quem a Justiça persegue por posse de imagens pornográficas.

Ratigan, 45, foi acusado em agosto, por um grande júri, de produção, tentativa de gravação e posse de pornografia infantil, num caso em que a idade das vítimas - que chegaram a ser filmadas enquanto dormiam - varia de 2 a 12 anos.

Segundo os advogados de uma menina e de seus pais, o padre guardava em seu computador centenas de imagens de meninas, nuas ou vestidas, em poses "sexualmente explícitas", que publicou na internet. As imagens foram descobertas por um técnico que fez a manutenção do computador. Ele comunicou o fato ao responsável pela paróquia.

A informação foi sendo repassada por cinco meses, até chegar ao nível mais alto da hierarquia da diocese, sem que o caso fosse comunicado à polícia. Segundo a acusação, as autoridades religiosas "tramaram um plano para ajudar Ratigan a esconder que recebia e distribuía pornografia infantil". Destruíram o computador, para evitar que a polícia encontrasse pistas das mensagens eviadas, mentiram e atenuaram informações.

Já o bispo afirma ter "cooperado em todas as etapas com a polícia e a Justiça".