Washington - O complô iraniano para assassinar o embaixador saudita em Washington, planejado em parte no México, revela a crescente atividade do Irã na América Latina e o risco dos cartéis mexicanos para os Estados Unidos, advertiram congressistas americanos nesta quarta-feira (12/10).
O plano frustrado "mostra mais uma vez que o Irã estabeleceu profundos laços diplomáticos e militares encobertos na América Latina", afirmou o legislador republicano Connie Mack, chefe da subcomissão para a região na Câmara de Representantes.
"Agora enfrentamos uma diferente insurgência criminosa, talvez terrorista, no México, que vai ganhar força se não for combatida apropriadamente", afirmou Mack, que pede que os cartéis mexicanos sejam considerados como ;narcoinsurgentes;.
As autoridades americanas identificaram na terça-feira dois iranianos que planejavam assassinar o embaixador saudita em Washington e contataram um agente americano disfarçado de narcotraficante no México para executar o serviço.
Um dos iranianos seria membro da Al Qods, unidade de elite da Guarda Revolucionária Islâmica do Irã.
Se for confirmado o complô, "isto nos dirá que os iranianos estão confortavelmente nadando nestas águas" dos cartéis mexicanos, disse Ed Royce, chefe da subcomissão de Terrorismo da comissão de Relações Exteriores da Câmara, que realizou nesta quarta-feira uma audiência sobre as relações entre terrorismo e narcotráfico.
"Acredito que todos que acompanham o tema do Hezbollah e do Irã na América Latina não se surpreenderam realmente" com este plano, destacou o legislador republicano Jeff Duncan.
Duncan lembrou que o Irã abriu seis embaixadas na América Latina nos últimos cinco anos e denunciou o possível assessoramento do movimento libanês Hezbollah, considerado terrorista por Washington, aos cartéis mexicanos na construção de túneis na fronteira com os Estados Unidos.
"Precisamos acordar! Irã e Hezbollah estão muito ativos em nosso continente. Isto ficou evidente ontem".
Especialistas na luta contra o crime organizado nos Estados Unidos descartaram na semana passada, em outra audiência, a existência de vínculos do Hezbollah com traficantes mexicanos.
As autoridades mexicanas têm dificuldade para controlar suas fronteiras "e a maneira mais fácil de entrar nos Estados Unidos é através do território mexicano", disse o congressista Ted Poe.