BAGDÁ - Uma série de ataques, principalmente contra a polícia em Bagdá, causou nesta quarta-feira a morte de pelo menos 23 pessoas e deixou várias dezenas de feridos, suscitando o temor de um aumento da instabilidade no país antes da retirada das tropas americanas no fim do ano.
Os dois ataques mais mortais foram praticados de manhã com alguns minutos de intervalo por terroristas suicidas que detonaram seus veículos carregados de explosivos diante de delegacias de polícia nos bairros de Alawiya (centro) e Hurriya (norte).
Pelo menos 18 pessoas foram mortas e 47 ficaram feridas nesses ataques, sendo pelo menos 14 mortos em Alawiya, segundo uma fonte do Ministério do Interior.
As duas explosões foram registradas por volta das 08h30 (02h30 de Brasília) com poucos minutos de intervalo nos bairros de Hurriya, no norte, e de Alawiya, no centro da capital, indicaram funcionários dos ministérios da Defesa e do Interior.
Estes estão entre os ataques mais violentos na capital desde o atentado cometido contra uma mesquita no dia 28 de agosto, que deixou 28 mortos.
"Vi o terrorista tentar passar pelas barreiras, mas ele explodiu seu veículo, os muros de proteção de concreto desabaram e eu caí", declarou Ali, um policial de Alawiya, que preferiu não dizer seu sobrenome.
"Entre mim e a morte, havia apenas um muro de concreto", acrescentou, ressaltando que seus colegas posicionados na entrada tinham ficado despedaçados pela explosão.
Em Hurriya, a deflagração causou grandes danos no prédio da polícia e em uma escola próxima, deixando na calçada um buraco de quatro metros de largura e dois de profundidade, constatou a AFP.
Pedaços de corpos e de objetos foram arremessados a cerca de 100 metros em torno do local da explosão.
"O veículo-bomba continha mais de 200 kg de material explosivo", indicou uma fonte do Ministério do Interior.
A explosão de outro veículo carregado de explosivos no bairro de Al-Alam, no sudoeste de Bagdá, deixou três mortos e 11 feridos, entre eles alguns policiais, indicaram as mesmas fontes. O ataque foi praticado contra um comboio do Exército iraquiano no qual viajava um general.
Uma fonte do hospital Al-Yarmuk de Bagdá indicou ter recebido seis feridos de Al-Alam, entre eles um oficial da polícia.