Os Estados Unidos acusaram nesta terça-feira (11/10) o Irã de tentar assassinar o embaixador saudita em Washington através de um complô no qual um agente secreto americano no México se passou por um narcotraficante para realizar o atentado.
Mansor Arbabsiar, um iraniano de 56 anos naturalizado americano, foi detido no dia 29 de setembro ao voltar do México após realizar várias reuniões com esse falso narcotraficante, informou o procurador-geral americano, Eric Holder, em uma coletiva de imprensa. Outro iraniano, Gholam Shakuri, membro do grupo de elite militar Al-Qods, com base no Irã, permanece foragido, explicou Holder. Os dois agentes prepararam um atentado que poderia ter terminado com a explosão de uma bomba em Washington, informou o procurador-geral.
O presidente Barack Obama estava ciente desta tentativa desde junho. O Departamento de Justiça deve apresentar Arbabsiar perante um juiz em Nova York nesta terça-feira para acusá-lo desse complô "dirigido por facções do governo iraniano para assassinar um embaixador estrangeiro em solo americano, através de explosivos", detalhou Holder.
O complô foi "concebido, financiado e dirigido a partir do Irã", insistiu o procurador-geral. Segundo a imprensa americana, o atentado faria parte de um ataque mais amplo contra as embaixadas saudita e israelense em Washington. Os Estados Unidos informarão aos governos aliados sobre o complô, disse Holder.
A operação, que os americanos batizaram de Coalizão Vermelha, teve início em maio quando Arbabsiar entrou em contato com o agente secreto da Administração Antidrogas (DEA) no México. Arbabsiar queria que o suposto narcotraficante, que dizia formar parte de um cartel mexicano, se encarregasse do ataque em troca de 1,5 milhão de dólares.