Santo Domingo - O presidente da Autoridade Nacional Palestina, Mahmud Abbas, iniciou nesta sexta-feira (7/10) na República Dominicana uma viagem pela América Latina como parte de sua ofensiva diplomática internacional para promover o reconhecimento da Palestina como Estado na ONU.
Abbas foi recebido em Santo Domingo pelo presidente dominicano, Leonel Fernández, em uma cerimônia em que recebeu honras de chefe de Estado e foi condecorado com a Ordem do Mérito de Duarte, Sánchez e Mella, constatou um jornalista da AFP. "Não hesitamos em reconhecer o direito legítimo da Palestina em ser reconhecida como Estado livre, independente e soberano", disse Fernández ao lado de Abbas no Palácio Nacional, ressaltando que seu país mantém "excelentes relações diplomáticas, comerciais e culturais" com Israel. "Vocês não são grandes em armamento, mas são grandes na fé, na paz e na solidariedade ao apoiar o povo da Palestina", disse Abbas.
A República Dominicana apoia a adesão da Palestina às Nações Unidas, assim como El Salvador, parada prevista na viagem de Abbas, que no domingo chegará à Colômbia, país que tem uma posição oposta às pretensões palestinas. Bogotá tem grande importância para os palestinos, já que os colombianos são um dos dez membros não-permanentes do Conselho de Segurança ao lado do Brasil, que apoia a causa dos palestinos. A Colômbia indica que vai se abster, alinhando-se à posição americana de que o diálogo entre palestinos e israelenses é o único caminho para a paz.
Os Estados Unidos ameaçam vetar a solicitação palestina, em sua posição de membro permanente do Conselho. Washington quer que os líderes latino-americanos que se reunirão nos próximos dias com Abbas o convençam a voltar para a mesa de negociação com Israel, ressaltou nesta sexta-feira a porta-voz do Departamento de Estado, Victoria Nuland. A viagem de Abbas pela região é parte de uma ampla campanha iniciada na Europa para intensificar sua ofensiva diplomática em favor do reconhecimento da Palestina por parte da comunidade internacional frente ao bloqueio das negociações com os israelenses.
Quarenta dos 58 países que integram a Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco) votaram a favor do ingresso, contra a rejeição de quatro países, entre eles Estados Unidos e Alemanha.