Miami - O agente cubano René González, acusado com outros quatros companheiros de espionagem e presos nos Estados Unidos em 1998, foi libertado nesta sexta-feira (7/10) de uma prisão federal no norte da Flórida, informou seu advogado.
O advogado Philip R. Horowitz não deu detalhes sobre o destino de González, que deverá cumprir regime de liberdade condicional por três anos em qualquer lugar dos Estados Unidos. O jornal El Nuevo Herald afirmou que González encontrou suas duas filhas e seu pai, que receberam autorização dos Estados Unidos para estarem presentes quando ele saísse da prisão.
Os cinco agentes cubanos foram julgados por pertencer a Red Avispa, um grupo de mais de 40 agentes da inteligência cubana e colaboradores que operavam no sul da Flórida. Outras cinco pessoas conseguiram acordos judiciais e outros voltaram para Cuba. Esta liberdade condicional irritou o governo de Cuba por não permitir que González retorne para a ilha, onde é considerado herói como seus demais companheiros, e também ofuscou políticos americanos partidários de sansões duras contra a ilha caribenha.
O grupo cubano espionava os exilados anticastristas em Miami que planejavam ações terroristas contra o regime cubano. Exemplo destas ações foi a bomba colocada em uma avião de Cuba que matou 5 pessoas, até hoje os responsáveis pelo ataque estão livres nos Estados Unidos.
Gonzáles recebeu a condenação mais baixa entre os cinco, 15 anos - 13 na prisão -, foi detido em 1998 com Geraldo Hernández, Ramón Labañino, Antonio Guerrero e Fernando Gonzáles, condenados em Miami em 2001 por espionagem. Após apelações, em 2009 a condenação de prisão perpétua para Labañino diminuiu para 30 anos, e de 19 para 18 anos para Fernando González. Guerrero teve sua pena perpétua trocada para 22 anos, enquanto Hernández tem duas penas de prisão perpétua mais 15 anos.
Cuba exigiu na semana passada o imediato regresso de González, após acusar o governo de Barack Obama de revanchismo político. O ex-presidente de Cuba, Fidel Castro, manifestou-se indignado pela liberdade condicional de seu compatriota, e disse que os Estados Unidos estão "à mercê de assassinos impunes durante três longos anos", fazendo referência aos autores do atentado contra a ilha.
Por sua parte, a congressista republicana Ileana Ros-Lehtinen, presidente do Comitê de Relações Exteriores e de origem cubana, declarou-se "profundamente preocupada com a liberdade condicional deste vilão", disse em comunicado. "René González, como o regime a que serve, é um inimigo da América", disse Ileana, que pediu a proteção "deste espião do governo cubano, um Estado patrocinador do terrorismo, que busca fazer mal e prejudicar os Estados Unidos".