Benghazi - O presidente do Conselho Nacional de Transição (CNT), Mustafá Abdul Jalil, anunciou nesta segunda-feira (3/10) em Benghazi a formação de um novo Poder Executivo provisório, à espera da proclamação da libertação total do país que marcará o início da transição política na Líbia.
"Nós pedimos ao povo líbio paciência, pois a libertação se aproxima. O CNT e Mahmud Jibril (chefe do Executivo) chegaram nos últimos dois dias à conclusão da necessidade de reformar o Executivo", declarou Abdul Jalil durante uma coletiva de imprensa em Benghazi, sede do CNT.
Segundo o presidente do CNT, Mahmud Jibril continua a liderar o Executivo e vai permanecer no seu posto de "ministro" das Relações Exteriores. "Ontem (domingo) eu apresentei minha demissão ao Conselho Nacional de Transição. Eles consideraram que este não é o momento e que isto pode afetar a unidade nacional", declarou Mahmud Jibril durante a mesma coletiva. "Eu levei isso em consideração e com base nisso, pedi demissão, mas ela só acontecerá depois da libertação total do país", acrescentou.
[SAIBAMAIS]O presidente do CNT informou que o "ministro" do Petróleo e das Finanças, e o "ministro" da Informação e o da Defesa também continuarão a ocupar seus cargos neste novo Poder Executivo, quase sem mudanças. Abdul Jalil disse que o cargo número 2 do Executivo foi suprimido. Além disso, anunciou a criação do cargo de "ministro" dos Mártires e das vítimas de guerra, no qual Ahmed Kissa foi nomeado. Um novo "ministro" dos Assuntos Religiosos, Ahmed Kissa, também foi nomeado. "Estamos num momento crítico", explicou Djibril. "Assim que a libertação do país for proclamada, um novo governo de transição será formado no prazo de um mês".
Esta "libertação" do país será oficialmente proclamada quando as forças do CNT assumirem o controle total de Sirte, cidade natal de Kadhafi, cercada desde o mês de setembro, explicou Djibril, que não especificou um prazo.
De acordo com ele, não seria necessário esperar a queda da cidade de Bani Walid, outro bastião pró-Khadafi, também cercado por forças do CNT. "Sugeri que o CNT optasse por esta solução, com o objetivo de acelerar o processo de transição rumo à democracia", completou Djibril.
O anúncio deste novo Poder Executivo provisório adia de fato para uma data desconhecida a formação de um governo de transição, que vem gerando intensas negociações nestas últimas semanas entre diferentes facções do CNT, entre eles os liberais e os islamitas.