ISTAMBUL - A oposição síria anunciou neste domingo na Turquia a formação de um Conselho Nacional que reúne todas as tendências políticas contrárias ao regime do presidente Bashar al-Assad.
Em um comunicado lido em Istambul por membros do conselho, o novo órgão opositor anuncia que está "aberto à participação de todos os sírios".
"É um conselho independente que encarna a soberania do povo sírio em sua luta pela liberdade", disse Burhan Ghalioune, universitário radicado em Paris que leu o manifesto fundador para a imprensa.
"Atua para mobilizar todas as categorias do povo sírio e dar o apoio necessário para o avanço da revolução e a concretização das esperanças e expectativas de nosso povo para derrubar o regime e seus símbolos", acrescentou Ghalioune.
"O conselho rejeita qualquer interferência externa que atente contra a soberania do povo sírio", completou.
O Conselho Nacional Sírio (CNS) reúne todas as tendências políticas, em particular os Comitês Locais de Coordenação (LCC), que dirigem as manifestações no país, os liberais, a Irmandade Muçulmana, que está proibida há muito tempo na Síria, além de curdos e assírios.
Ghalioune explicou que com a criação do CNS, a oposição síria consegue uma "direção unificada para enfrentar as matanças cotidianas de civis executadas pelo regime, em particular em Rastan", na região de Homs (centro).
A presidência do CNS foi atribuída a Ghalioune. Na direção também estão Bassma Kodmani como portavoz, Mohammed Riyad al-Chaqfa, como guia da Irmandade Muçulmana, e representantes da Declaração de Damasco.
No início de novembro, provavelmente em um país diferente da Turquia, o CNS organizará uma assembleia geral, composta por 190 membros, informou à AFP Bassma Kodmani.
A organização conta com um secretariado geral de 29 pessoas, representantes de sete correntes da oposição: seis representantes dos LCC, cinco da Irmandade Muçulmana e das tribos, quatro pela Declaração de Damasco, quatro pela corrente liberal dirigida por Ghalioune, quatro curdos, um cristão e cinco independentes.
As sete tendências também estarão representadas em um comitê executivo de sete pessoas.
Segundo fontes diplomáticas em Damasco, a força do CNS seria o resultado de um acordo entre americanos, turcos e a Irmandade Muçulmana, que permitiu reunir as três principais tendências da oposição: "nacionalistas", "liberais" e "islamitas".