LOS ANGELES - O julgamento do médico de Michael Jackson, Conrad Murray, acusado de homicídio culposo do cantor, foi reiniciado nesta quarta-feira (28/9) em Los Angeles, com o foco nos shows em Londres para os quais o "rei do pop" estava ensaiando quando morreu há dois anos. No segundo dia de julgamento, os depoimentos começaram com Paul Gongaware, diretor executivo da AEG Live - empresa que organizava os shows - e que foi interrogado sobre a saúde de Jackson nas semanas anteriores à sua morte.
Na terça-feira, o esperado julgamento de Murray foi aberto com a apresentação de provas sobre a saúde de Jackson e afirmações opostas da promotoria e da defesa em relação à causa da morte, enquanto nesta quarta-feira os advogados entraram em detalhes.
[SAIBAMAIS]Murray, 58 anos, pode ter de cumprir uma pena de quatro anos caso seja considerado culpado por homicídio culposo, por supostamente ter fornecido ao cantor uma overdose do sedante Propofol que o matou. A defesa, no entanto, afirmou na terça-feira que Jackson causou sua própria morte ao ingerir dois sedantes (Lorazepam e Propofol) quando estava fora da vigilância do médico.
Gongaware citou sua relação com Jackson enquanto ambos planejavam os 50 shows de "This Is It" em Londres, para os quais Jackson ensaiava nos dias anteriores à sua morte em 25 de junho de 2009. "Era uma relação de trabalho, mas muito amistosa", disse Gongaware na Suprema Corte de Los Angeles, fora da qual fãs tanto de Jackson como de Murray voltaram a protestar antes do início das audiências.
Gongaware disse que Jackson queria contratar Murray como seu médico pessoal para a turnê e que o médico inicialmente pediu 5 milhões de dólares anuais. "Eu disse que não tinha jeito", disse Gongaware, completando que foi feita a oferta de 150 mil dólares ao mês para que o médico tratasse Jackson. A segunda pessoa que subiu ao tribunal nesta quarta-feira foi Kathy Jorrie, uma advogada que esboçou o contrato para a AEG entre Jackson e Murray, sobre os termos do trabalho do médico para a estrela antes dos shows da turnê.
A família de Jackson, incluindo sua mãe Katherine, voltou a assistir à audiência sem fazer comentários à imprensa. Na terça-feira, ela e o pai do cantor, Joe, estiveram presentes junto aos irmãos Jermaine, Jane, La Toya, Randy, Tito e Rebbie.
Na terça-feira, o júri escutou a gravação de uma conversa entre Jackson, aparentemente muito dopado, e Murray. O áudio sugeria que o médico estava bem a par do quão doente estava seu paciente. Também foi apresentada uma foto até agora inédita do corpo de Jackson em uma cama de hospital. Além disso, foram mostrados vídeos nos quais o artista ensaia as canções "The Way You Make Me Feel" e "Earth Song", em seu último ensaio antes da morte.
Segundo Kenny Ortega, a primeira testemunha chamada ao tribunal, e diretor dos shows que não ocorreram, o artista planejava levar o espetáculo a uma turnê mundial e depois se dedicar ao cinema, o que incluiria a versão cinematográfica de seu videoclipe "Thriller".