NOVA YORK - O ministro russo das Relações Exteriores, Serguei Lavrov, pediu novamente nesta terça-feira diante da Assembleia Geral da ONU "garantias legais sólidas" sobre o projeto de escudo antimísseis americano que será montado na Europa. "A mobilização de elementos de defesa estratégicos antimísseis em diferentes lugares do mundo altera a configuração global da segurança internacional", afirmou o ministro russo.
"Não é suficiente fazer declarações assegurando que o aumento da capacidade de defesa antimísseis não sabotará as bases da estabilidade estratégica. A questão é muito mais séria", afirmou Lavrov. "Precisamos de garantias legais sérias sobre o fato de que o potencial da defesa antimíssil será realmente o adequado, de acordo com os objetivos declarados e não desestabilizará os equilíbrios mundiais e regionais", afirmou Lavrov.
"Esta questão é pertinente tanto para a Europa como para a região da Ásia-Pacífico, onde a defesa antimíssil é um fator que afeta a política estratégica", disse o responsável pela diplomacia russa.
O presidente da Rússia, Dmitri Medvedev, pediu no último mês de junho "garantias legais" para assegurar que o futuro escudo antimísseis dos EUA e da Otan não seja dirigido contra a Rússia. Da mesma forma, Lavrov pediu mais uma vez que "todos os Estados com capacidade nuclear" se unam aos esforços russos e americanos para reduzir os armamentos nucleares.
Os progressos nesta área são apenas possíveis "sobre uma base multilateral", afirmou Lavrov.
A Otan e os Estados Unidos pretendem mobilizar um sistema de interceptação de mísseis por conta do que consideram ser uma crescente ameaça de disparos de mísseis procedentes do Oriente Médio, particularmente do Irã. A Rússia pediu em diversas ocasiões que a Otan abandonasse o projeto.