BARCELONA - A arena Monumental de Barcelona abrigou neste domingo mais de 18 mil pessoas para ver a última tourada da história da Cataluña, que reuniu os "matadores" Juan Mora, José Tomás e Serafín Marín.
A tourada encerrou um capítulo de quase 100 anos na arena La Monumental, que abriu suas portas em 1914 e não poderá mais exibir este tipo de espetáculo por decisão do Parlamento regional catalão.
Simbolicamente, foi o jovem toureiro catalão Serafín Marín, 28 anos, que deu o golpe de misericórdia no último touro a morrer na arena de Barcelona.
"Me sinto mal, triste. Levam parte do meu passado e parte do meu futuro", declarou Serafín Marín à AFP antes da corrida. "Estou proibido de exercer minha profissão. Passo de toureiro em minhas terras a clandestino de toureiro (...). Terei que partir".
Cristóbal, 68 anos, sentado na arquibancada, afirmou que "para uma capital como Barcelona, fechar a arena é como jogar um quadro de Picasso no lixo".
Os ingressos para a última tourada, com preços entre 24 e 135 euros, se esgotaram em poucos minutos na terça-feira, e no câmbio negro chegaram a ser vendidos por 1.500 euros.
Seis touros da fazenda El Pilar de Salamanca estavam previstos para a corrida, mas os matadores ofereceram ao público mais dois animais.
Os defensores dos animais celebraram o fim de uma prática considerada "bárbara": "é um pequeno passo, mas não aceito que os touros que morriam aqui agora vão cair no resto da península ou na França", disse Lluís Villacorta, 47 anos, ferrenho defensor dos animais e ativista contra as touradas.
A proibição aprovada pelos deputados em julho de 2010 afeta uma Cataluña cada vez menos voltada às touradas, como acontece no restante da Espanha.