PEQUIM - O acordo do Pentágono em vista da modernização dos caças F-16 da Força Aérea de Taiwan vai "inevitavelmente prejudicar" as relações entre a China e os Estados Unidos, advertiu nesta quarta-feira Pequim. "Os atos repreensíveis por parte dos americanos irão inevitavelmente prejudicar as relações bilaterais, assim como o intercâmbio e a cooperação militar e em segurança", reagiu o vice-ministro chinês das Relações Exteriores, Zhang Zhijun, depois do anúncio do ministério da Defesa americano.
Zhang recebeu instruções para convocar o embaixador dos Estados Unidos em Pequim, Gary Locke, e de apresentar a ele um forte protesto, noticiou a agência de notícias Nova China.
O Pentágono informou nesta quarta-feira ao Congresso seu acordo para a modernização dos caças F-16 da Força Aérea de Taiwan. O projeto custará 5,8 bilhões de dólares, e inclui o fornecimento de novos equipamentos, um apoio logístico e uma atividade de formação.
Vários parlamentares americanos eram favoráveis a um acordo mais amplo, que permitisse a venda de novos aviões, proposta à qual Pequim se opôs. "O fornecimento de formação e apoio logístico não modificará o equilíbrio militar da região", assegurou em um comunicado a Agência de Cooperação para Defesa e Segurança do Pentágono.
Uma lei adotada pelo Congresso americano em 1979 estipula que os Estados Unidos devem fornecer armas defensivas a Taiwan, apesar da oposição da China, com a qual Washington mantém relações diplomáticas desde o mesmo ano.
Taiwan se tornou independente em 1949, embora Pequim considere que a ilha seja uma região rebelde do território chinês. Apesar disso, os chineses descartam a utilização da força para reintegrá-la na mesma pátria. Muitos taiwaneses têm medo que o equilíbrio das forças entre seu país e a China seja quebrado em favor desta última.