Santiago - Os estudantes chilenos rejeitaram a resposta do Governo de acolher parcialmente suas exigências para instaurar uma mesa de negociação que destrave um extenso conflito e o acusaram de acabar com a possibilidade de diálogo.
Os protestos estudantis começaram no início de maio contra o alto custo da educação no Chile, que conta com um dos sistemas educacionais mais privatizados do mundo, após as reformas aplicadas pela ditadura de Augusto Pinochet.
"O Governo volta a romper com a possibilidade de diálogo", afirmou o vice-presidente da confederação de Estudantes do Chile (Confech), Francisco Figueroa, após uma longa reunião que terminou na madrugada desta sexta-feira no vizinho porto de Valparaíso.
[SAIBAMAIS]"Lamentamos profundamente que o governo tenha se negado a aceitar condições, na verdade mínimas, de sentido comum, porque nós estamos dispostos ao diálogo", acrescentou Figueroa.
Na tarde de quinta-feira, o governo anunciou que aceitava de forma parcial as condições exigidas pelos estudantes para iniciar o diálogo e convocou-os a negociar o quanto antes.
Ao responder publicamente a uma "contraproposta" de diálogo entregue na segunda-feira pelos estudantes, o ministro da Educação, Felipe Bulnes, disse que rejeitava a principal das quatro exigências impostas: paralisar a tramitação de dois projetos de lei sobre educação enviados ao Congresso, sem concordar com eles.
Os projetos consistem em diminuir de 5,6% para 2% as taxas de juros de um crédito privado apoiado pelo Estado utilizado pelos universitários para pagar seus empréstimos, e em permitir a renegociação da dívida para cerca de 110 mil estudantes inadimplentes.