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JFK brincou sobre ser assassinado depois da crise dos mísseis cubanos

Washington - O ex-presidente John F. Kennedy chegou a brincar sobre seu próprio assassinato depois da crise dos mísseis cubanos, segundo contou sua esposa, Jacqueline, ao historiador Arthur Schlesinger Jr., segundo a ABC News, o canal que vai exibir as entrevistas com Jackie Kennedy nesta terça-feira (13/9).

A ex-primeira-dama mencionou esse momento nas entrevistas que manteve com Schlesinger Jr. quatro meses depois do assassinato de seu marido, em 1963.

A viúva recordou que seu marido perguntou uma vez ao historiador de Princeton, David Donald, se Abraham Lincoln teria sido considerado um grande presidente se não tivesse sido assassinado.

Donald respondeu que provavelmente não porque, com a Guerra Civil, Lincoln teria que lidar com "o problema insolúvel" de reconstruir o sul devastado pelos combates.

"E eu lembro do Jack dizendo que... depois da crise dos mísseis de Cuba, quando tudo acabou tão fantasticamente... ele disse: ;bom, se alguém for atirar em mim, esse seria o dia em que deveriam fazer isso", contou Jackie Kennedy.

"Quer dizer, é tão estranho, estas coisas que voltam. Porque ele viu que ia ser... entende? Ele disse isso, nunca vou superar isso. Estranho como essas coisas nos voltam".

Segundo a história, quando a crise dos mísseis de Cuba terminou em 1962, Kennedy se dirigiu a seu irmão Robert e disse a ele que "pode ser a noite para ir ao teatro", numa clara referência ao assassinato de Lincoln no Teatro Ford.

As memórias de Jacqueline Kennedy provêm de uma série de entrevistas realizadas pelo historiador Arthur Schlesinger, que foram mantidas em particular pela família Kennedy até agora.

As transcrições estão incluídas no livro "Jacqueline Kennedy: Conversas históricas sobre a vida com John F. Kennedy", que será publicado este mês.

A ABC News exibirá as gravações nesta terça-feira.