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Mais de sete milhões de eleitores vão às urnas na Guatemala

Pela primeira vez na história recente, os 7,3 milhões de eleitores na Guatemala irão às urnas neste domingo (11/9) para escolher o futuro presidente da República sem ter um candidato apoiado pelo governo. Em meio às incertezas, o país vive também um período de tensão por causa da violência gerada pelo narcotráfico e os cartéis mexicanos, que usam o país como rota para suas atividades.

Apenas durante a campanha para essas eleições, nas quais serão escolhidos também 333 prefeitos, 158 deputados e 20 representante do Parlamento Centro-Americano, 35 candidatos foram assassinados. Os governos federal e locais reforçaram a segurança em todas as cidades do país.

Na disputa pela Presidência da República, os dez candidatos terão de convencer 40% do eleitorado que demonstram indecisão, segundo as pesquisas de opinião. A incerteza aumentou depois que a candidata favorita foi impedida de disputar as eleições. Há exatamente um mês a Suprema Corte da Guatemala decidiu que Sandra Torres, ex-mulher do atual presidente Alvaro Colom, é inelegível.

Os simpatizantes de Sandra Torres se recusam a apoiar um dos candidatos que concorrem à Presidência. Apesar de a disputa envolver dez candidatos, só quatro aparecem com possibilidades de vitória, de acordo com as pesquisas de intenção de voto. Para ser vitorioso no primeiro turno é necessário obter 50% de votos mais um. Mas, em geral, na Guatemala as eleições se definem apenas no segundo turno ; em 6 de novembro.

Na relação de candidatos lembrados pelos eleitores, segundo as pesquisas de opinião, estão Eduardo Suger, Harold Caballeros e Otto Pérez Mollina, que lideram a disputa; depois deles vem Alejandro Giammattei. O eleito ficará quatro anos no poder a partir de 14 de janeiro. Mas o atual presidente da República avisou que dará início ao governo de transição já em 14 de novembro.

Durante a campanha eleitoral os candidatos que mais se destacaram foram o ultradireitista Otto Pérez Molina, general da reserva, defensor de medidas repressivas contra a violência e contra os narcotraficantes, e Rigoberta Menchú, Prêmio Nobel da Paz de 1992, apontada pelos analistas como uma candidata sem possibilidades de vitória, que se diz favorável à refundação do Estado da Guatemala como forma de acabar com a corrupção e com as violações.