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Escassez de astronautas nos EUA gera riscos, adverte estudo

WASHINGTON - Os Estados Unidos não possuem astronautas suficientes para satisfazer as diferentes necessidades dos voos espaciais tripulados nos próximos anos, disse nesta quarta-feira o Conselho Nacional de Pesquisa (US-NRC), uma entidade privada que assessora nas questões de política científica.

A redução do corpo de astronautas carrega um risco para o investimento americano em voos espaciais tripulados, e a Nasa deve tomar medidas para aumentar sua tripulação de voos espaciais, advertiu um relatório do NRC, um organismo das Academias Nacionais dos Estados Unidos.

"Visto como uma cadeia de fornecimento, a seleção e a formação de astronautas é muito sensível a falhas críticas", disse o copresidente do NRC, Frederick Gregory, ex-comandante de três missões de ônibus espaciais.

"Os astronautas que estão capacitados para funções e missões específicas não podem serem substituídos facilmente", disse Gregory, também ex-administrador adjunto da Nasa.

Em seu auge em 1999, em plena era do ônibus espacial e da construção da Estação Espacial Internacional (ISS), a Nasa mantinha cerca de 150 astronautas. Mas em 2011, com o fim do programa de ônibus espaciais, o número caiu para 61.

A Nasa estabeleceu um requisito mínimo de 55 a 60 astronautas ativos até 2016, para quando se espera que o setor privado tenha testado uma nova cápsula espacial capaz de levar novamente humanos a uma órbita terrestre baixa.

As missões tripuladas ao espaço profundo, a Marte ou a um asteroide, estão previstas a partir de 2025.

Estes voos exigirão mais capacitação, estadias mais longas no espaço, uma maior exposição à radiação e um maior risco de problemas médicos ou esgotamento, que podem provocar a aposentadoria antecipada de astronautas ou incapacitá-los para voar em missões futuras.

Embora agora menos astronautas voem por ano em comparação com a era do ônibus espacial - de um máximo de 28, este número cairá para uma média de seis -, os Estados Unidos precisam de mais astronautas capacitados, disse o NRC.