Paris - O laboratório farmacêutico francês Servier, que já está envolvido em escândalo por causa do Médiator, medicamento antidiabético retirado do mercado em 2009, enfrenta novas acusações a respeito de outro remédio, o Protelos, usado para tratar osteoporose.
De acordo com a edição desta quarta-feira (7/9) do jornal Libération, a Agência de Segurança Sanitária dos Produtos de Saúde (Afssaps) redigiu em 2010 um relatório sobre o assunto, a pedido da Agência Européia de Medicamentos (EMA).
Este relatório informa sobre a deficiência do laboratório em termos de controle dos efeitos colaterais do Protelos, usado após a menopausa para reduzir o risco de fratura óssea.
Desde 2007 tanto a Afssaps quanto a EMA alertaram sobre os riscos de síndrome de Dress, reação alérgica grave que pode atingir órgãos como os rins ou o fígado.
Três anos após a chegada do Protelos no mercado, 16 casos desta síndrome foram diagnosticados, dois deles tendo provocado a morte das pacientes.
Num comunicado, Servier, segundo maior laboratório farmacêutico da França, negou as acusações, ao afirmar que "nunca tinha ocultado os efeitos colaterais de um medicamento".
Servier já protagonizou outro escândalo, por causa do medicamento antidiabético Médiator, também usado como inibidor de apetite, que seria responsável pela morte de 500 a 2.000 pessoas, caso pelo qual será julgado nas próximas semanas.