Chicago - O ex-magnata de mídia de origem canadense Conrad Black trocou, esta terça-feira, seu elegante terno pelo uniforme de prisioneiro para começar a cumprir os 13 meses de prisão que ainda tem que pagar por fraude e obstrução da justiça, informou uma fonte penal americana.
"Meu único temor nos próximos sete meses é a tristeza de estar separado de (minha esposa) Barbara, embora já tenha me resignado também ao tédio", disse, em coluna de despedida publicada no jornal canadense National Post, presumindo uma eventual libertação antecipada.
A chegada do milionário a uma prisão de Miami coincide com a publicação de um livro de memórias, no qual alega inocência e relata sua decadência.
A obra, intitulada "A Matter of Principle" (;Uma questão de princípio;, em tradução livre), foi anunciada pelos editores como uma "virulenta crítica a um agonizante sistema de justiça".
Black, de 67 anos, saiu da prisão no ano passado, depois que a Suprema Corte encontrou um erro na lei federal sobre fraude, em virtude da qual o magnata havia sido condenado a 78 meses de prisão.
Em outubro de 2010, a corte de apelações federal de Chicago cancelou dois dos quatro veredictos de culpa, mas manteve outros dois, por fraude e obstrução da justiça.
A administração penitenciária terá que decidir se ele deve cumprir os 13 meses que lhe restam de pena ou se o liberta antecipadamente por bom comportamento.
Nos anos 90, Black chefiou o império de mídia Hollinger, que abarca, entre outros, os jornais Daily Telegraph, Jerusalem Post, Chicago Sun-Times e National Post de Toronto. Em 2001, ele renunciou à nacionalidade canadense para ocupar uma cadeira na Câmara dos Lordes britânica.
Ele é acusado de ter desviado, junto com seus sócios, até 60 milhões de dólares entre 1999 e 2001, mas em primeira instância, foi considerado culpado apenas do desvio de 6,1 milhões de dólares, produto da venda de seus jornais.