JERUSALÉN - O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, insistiu neste domingo que seu país não se desculpará diante da Turquia pelo ataque de 2010 contra um barco turco que se dirigia a Gaza, no qual nove turcos morreram, embora tenha afirmado querer evitar um deterioramento das relações com Ancara.
"Nós não precisamos pedir desculpas por agir para defender nossos cidadãos, nossos filhos e nossas cidades", declarou Netanyahu aos jornalistas durante a abertura do conselho de ministros semanal.
"Nós não precisamos pedir desculpas por nossos soldados, que se defenderam diante de ataques violentos de ativistas da IHH (ONG humanitária turca). Não temos que pedir desculpas quando agimos para deter o contrabando de armas destinadas ao Hamas, uma organização terrorista que já disparou 10 mil mísseis, foguetes e obuses contra nossos cidadãos", afirmou o primeiro-ministro.
E acrescentou: "Mas, paralelamente, repito que Israel expressa seu pesar pela perda de vidas humanas. Espero que encontremos a forma de superar nossas divergências com a Turquia. Israel não quis nunca e continua sem querer hoje um deterioramento de suas relações com a Turquia".
A Turquia decidiu expulsar o embaixador de Israel em Ancara e congelar as relações militares, outrora prósperas, por meio de sanções diante da recusa de Israel de se desculpar pela operação contra a frota de ajuda humanitária.
Ancara tomou estas medidas após a publicação, na quinta-feira, de um informe de investigação da ONU que estima que o exército israelense fez uso de uma força "excessiva e desproporcional", mas reconhece como legal o bloqueio naval imposto a Gaza por Israel.