La Paz - O governo boliviano tentará nesta sexta-feira (2/9) pela sexta vez consecutiva instalar um diálogo com dirigentes de um grupo de indígenas amazônicos que protestam contra a abertura de uma estrada através de uma reserva ecológica.
[SAIBAMAIS]Os indígenas exigem a presença das autoridades em San Borja (400 km de La Paz), onde atualmente estão reunidos os manifestantes, que somam mais de 1.500, entre eles mulheres e crianças. Eles partiram há duas semanas de Trinidad, capital do departamento de Beni, com a intenção de chegar à sede de governo, um trajeto de mais de 600 km, dos quais já percorreram 177 km, com vários dias de descanso.
Os indígenas rejeitam uma estrada de 300 km que o governo quer construir por conta dos danos ambientais que causaria ao Território Indígena e Parque Nacional Isiboro Sécure (TIPNIS), no centro do país, rico em flora e fauna.
Os indígenas disseram que querem dialogar, e pediram que isso ocorra ao menos com 10 ministros. A princípio, os líderes da caminhada pediram a presença do presidente Evo Morales, mas este condicionou que o encontro fosse realizado em La Paz, o que foi rejeitado pelos manifestantes.
O executivo pretende convencer os indígenas a aceitar a estrada, que já está em fase de construção, a cargo da empresa brasileira OAS, apesar de ainda não ter chegado ao território indígena, enquanto os nativos se opõem à construção da estrada.