Jerusalém - Israel aceitará o informe da ONU sobre o ataque contra a frota internacional que se dirigia a Gaza em 2010, embora com "reservas pontuais", declarou nesta sexta-feira (2/9) uma autoridade de alto escalão.
"Vamos anunciar que aceitamos o informe após sua publicação oficial, com reservas pontuais", disse o responsável, que pediu o anonimato, ressaltando que o documento reconhece a legalidade do bloqueio de Gaza, segundo o texto integral publicado na quinta-feira pelo New York Times.
"O informe demonstra que o bloqueio marítimo e sua aplicação estão em conformidade com o direito internacional", comemorou.
O relatório da ONU, redigido pelo ex-primeiro-ministro da Nova Zelândia Geoffrey Palmer, assegura que "o bloqueio naval foi imposto como medida de segurança legítima para impedir a entrada de armas em Gaza pelo mar, e sua aplicação respeita as exigências do direito internacional".
As reservas de Israel se referem à crítica explícita no informe sobre o uso da força "excessiva e não razoável" pelo exército israelense, que causou a morte de nove passageiros turcos em seu ataque ao barco "Mavi Marmara" em maio de 2010.
O informe convida Israel a fazer uma "declaração apropriada lamentando" o ataque e a pagar indenizações às famílias dos mortos e feridos.
Nesta sexta-feira, o ministro das Relações Exteriores turco, Ahmet Davutoglu, anunciou que a Turquia expulsou o embaixador israelense em Ancara e suspendeu todos os acordos com Israel porque o Estado hebreu não atendeu às demandas turcas sobre o ataque contra a frota.
"Neste momento, as medidas que tomamos são: as relações entre a Turquia e Israel ficam reduzidas ao nível de segundo secretário. Todos os funcionários com grau superior a segundo secretário, e, em primeiro lugar o embaixador, devem regressar ao seu país no mais tardar na quarta-feira", afirmou o ministro à imprensa.
Ancara também suspendeu o conjunto dos acordos militares com Israel.
A Turquia anunciou recentemente que aplicaria seu "plano B" de sanções contra Israel se o Estado hebreu insistisse em não pedir desculpas depois do ataque israelense contra a frota para Gaza.