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WikiLeaks consulta seguidores para decidir se publica documentos na íntegra

Londres - O site de divulgação de documentos confidenciais WikiLeaks lançou, esta quinta-feira, uma consulta com seu milhão de seguidores no microblog Twitter para saber se publica na integridade, ou seja, sem proteger a identidade das fontes, os mais de 250 mil despachos diplomáticos americanos que têm em seu poder.

A consulta foi lançada em meio a uma polêmica entre o WikiLeaks e o jornal britânico The Guardian, acusado pelo portal fundado por Julian Assange de estar por trás da difusão temporária da totalidade dos documentos sem edição.

A votação está "favorável a mais de 100 por 1" pela divulgação total do denominado ;Cablegate;, anunciou o WikiLeaks, que na semana passada já tinha publicado outros 134.000 novos documentos confidenciais do Departamento de Estado americano, muitos dos quais incluíam nomes de pessoas que haviam falado sob a condição do anonimato com diplomatas americanos.

Diante desta nova ameaça, o Departamento de Estado avaliou que a continuação da difusão dos documentos por parte do site especializado no vazamento destes documentos era "irresponsável, imprudente e francamente perigosa".

"Expusemos claramente nossos pontos de vista e preocupações sobre a divulgação ilegal de informação secreta e o risco continuado causado por estas divulgações para alguns indivíduos e a segurança nacional", declarou, em Paris, a porta-voz do Departamento de Estado, Victoria Nuland.

O WikiLeaks argumentou, em um editorial publicado na internet, que a iniciativa de difundir a totalidade dos documentos se devia a que estes estavam em um arquivo na internet e que a senha também era pública.

O site acusou nesta quinta-feira um jornalista do Guardian - um dos cinco periódicos de prestígio mundial que difundiram os primeiros documentos, juntamente com El País, Le Monde, The New York Times e Der Spiegel - de ter revelado a senha secreta que dá acesso aos despachos.

"Já falamos com o Departamento de Estado e apresentamos uma ação preliminar na Justiça", acrescentou o WikiLeaks em um comunicado divulgado no Twitter.

O jornal britânico retrucou, informando que "repudia totalmente qualquer acusação de que seja responsável pela divulgação dos despachos sem editar" e acusou, por sua vez, o site.

O The Guardian também insistiu no comunicado enviado ao Wikileaks "não seguir adiante com seu plano de difundir os despachos" sem editar, lembrando que esta tem sido sua posição desde que teve início a divulgação dos documentos, no fim de 2010.