Oslo - A África do Sul, descontente com a intervenção militar da Otan na Líbia, não participará nesta quinta-feira (1;/9) na conferência de Paris dedicada à reconstrução do país do norte da África, anunciou o presidente Jacob Zuma.
"Estamos descontentes com a forma como a resolução 1973 da ONU foi interpretada para executar bombardeios aéreos na Líbia", declarou Zuma em uma visita de Estado a Noruega. "Ao invés de confiar o comando do assunto à ONU, ou inclusive à Otan, alguns países e pessoas assumiram o controle. Isto contribuiu para marginalizar as pessoas realmente importantes", afirmou.
Poucas horas antes de uma conferência internacional em Paris para definir o futuro da Líbia, Zuma insistiu que a reconstrução do país deve acontecer com a participação da ONU e da União Africana (UA). "Este processo não pode ser retirado da ONU. Se trata de um processo da ONU e é a ONU quem deve dirigi-lo. A ONU deve respaldar, assim como a UA, da qual a Líbia é membro".
Em março, a África do Sul, membro não permanente do Conselho de Segurança da ONU, votou a favor da resolução 1973, mas Pretoria considera que a implementação traiu o espírito do texto. "Se era necessário recorrer à ação militar, deveria ter sido para ajudar os civis vítimas do conflito", completou Zuma. "Mas ao invés de protegê-los, os bombarderam, enquanto esta cobertura permitia ao outro grupo (os rebeldes) seguir avançando", concluiu.