Teerã - O Irã afirmou nesta segunda-feira (29/8) que não negociará mais para trocar combustível nuclear com as grandes potências, mas que está disposto a intensificar sua cooperação com a Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) em "um número limitado de casos".
O chefe do programa nuclear iraniano afirmou ainda que o Irã está disposto a uma maior cooperação com a AIEA, mas restringiu esta cooperação a explicações sobre um número limitado de casos.
"Não negociaremos mais um possível intercâmbio e um cessar de nossa própria produção de combustível", declarou o chefe do programa nuclear iraniano, Fereydoun abbassi Davan, em declarações à Agência Irna.
As grandes potências propuseram em 2009 que o Irã entregasse combustível levemente enriquecido e recebesse em troca combustível mais enriquecido, afirmando que isso poderia permitir a Teerã desenvolver seu programa nuclear civil sem ter necessidade de seguir desenvolvendo suas capacidades para enriquecer combustível.
[SAIBAMAIS]O projeto previa que o Irã enviasse mais de 1.200 quilos de urânio levemente enriquecido (3,5%) para a Rússia e recebesse em troca combustível russo e francês enriquecido em 20% para seu reator de pesquisa em Teerã.
No que se refere à cooperação com a AIEA, "pedimos que nos apresentem suas principais alegações, com documentos e provas, para examiná-los", indicou o chefe do programa nuclear iraniano.
"Dissemos à AIEA que para discutir sobre estas questões é preciso haver um limite, ou seja, um número limitado de casos", explicou o responsável.
Segundo Abbassi Davan, "caso contrário, os países hostis (ocidentais) a nossas atividades nucleares pacíficas não vão parar de apresentar outras demandas inventando documentos para apresentá-los à AIEA", acrescentou.
O Irã negou-se até o momento a discutir novas questões evocadas pela AIEA acerca de seu controverso programa nuclear, argumentando que se tratam de afirmações sem fundamento.