SANTIAGO - A Central Única dos Trabalhadores (CUT), a maior central sindical chilena, qualificou de bem sucedida a manifestação realizada em Santiago e outras cidades do país em meio à greve geral de 48 horas, e fez um chamado ao governo para que "escute a voz do povo". "Hoje, tivemos sucesso em nossas convocações recentes, mais adiante seremos igualmente abertos, mas vocês (governo) devem aprender a escutar seu povo, não se fechem", disse à imprensa Arturo Martínez, líder da CUT.
Martínez estimou em mais de 600 mil pessoas a participação nos protestos nacionalmente, durante coletiva de imprensa da qual foi acompanhado por outros líderes sociais e estudantis.
A passeata dos trabalhadores ocorreu no segundo dia de uma greve de 48 horas convocada pela CUT com demandas como uma reforma da Constituição e uma mudança no Código de Trabalho e a queda dos impostos sobre os combustíveis. Por sua vez, o governo acusou a CUT de se somar aos protestos estudantis, que já duram três meses e pedem educação de qualidade e gratuita, por oportunismo.
"O que fica claro é que o tema é a educação. No protesto (de hoje) vimos os mesmos jovens das manifestações estudantis. A CUT somou-se ao movimento estudantil", assegurou o porta-voz Chadwick. "Dizem que hoje em dia os trabalhadores estão se pendurando no movimento estudantil. A verdade é que sempre estivemos juntos. As demandas dos estudantes são demandas sociais", respondeu Camila Vallejos, uma das mais visíveis líderes estudantis.
O protesto foi realizado de forma pacífica pelas ruas do centro de Santiago e foi concluída com alguns confrontos. Fez parte da greve iniciada na quarta-feira, dia no qual foram registrados incidentes que culminaram com 456 detidos e 78 feridos, na maioria policiais, segundo balanços oficiais.