Depois de três meses de manifestações constantes no Chile, os líderes do movimento concluíram que o saldo das ações é positivo. Estudantes e professores lideram ações em favor de reformas na educação do país, em busca de mais investimentos para o setor e a gratuidade no ensino superior. Há paralisações gerais marcadas para os próximos dias 24 e 25, contando com a adesão de vários sindicatos e entidades de trabalhadores de categorias distintas.
Nesta quinta-feira (18/8) o presidente chileno, Sebastián Piñera, apresentou a terceira proposta de modificações no sistema. Os manifestantes informaram que as medidas são insuficientes e que os protestos serão mantidos. A presidenta dos estudantes da Universidade do Chile, Camila Vallejo, disse que os manifestantes rejeitam as propostas apresentadas pelo ministro da Educação, Felipe Bulnes, pois não envolvem ;uma mudança estrutural;.
Pelos dados dos líderes das manifestações, só nessa quinta-feira 200 mil pessoas participaram dos protestos que tomaram conta das principais avenidas de Santiago, a capital chilena. Pela primeira vez nos últimos dias, não houve embates entre os manifestantes e os policiais.
Na proposta apresentada, o governo sugere ampliar as bolsas de estudo para os mais desfavorecidos e lentamente repassar o controle da administração da educação básica e secundária para o governo federal. O ministro do Interior do Chile, Rodrigo Hinzpeter, disse ter ficado satisfeito pelo fato de a manifestação ter ocorrido de ;forma pacífica;.
O Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) expressou, porém, preocupação com a greve de fome de 40 jovens do ensino secundário. Há um mês, o grupo se recusa a comer, na tentativa de obter garantias do governo para as reivindicações sobre mudanças na educação.