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Obama e seus aliados ocidentais exigem renúncia de Assad

WASHINGTON - O presidente americano, Barack Obama, e seus aliados ocidentais exigiram nesta quinta-feira (18/8) a saída do presidente sírio, Bashar al-Assad, e defenderam a adoção de fortes sanções contra Damasco, incluindo um congelamento de bens e a proibição de investimentos dos EUA na Síria. Grã-Bretanha, França, Alemanha e Portugal confirmaram hoje que buscarão uma resolução do Conselho de Segurança das Nações Unidas contra a Síria, por sua letal repressão aos protestos.

As medidas propostas incluiriam um congelamento de bens e a proibição de viagens de indivíduos sírios, assim como um embargo de armas, revelou o embaixador britânico na ONU, Philip Parham, após uma reunião do Conselho de Segurança sobre a crise síria. Segundo Obama, "foi dito de forma consistente que o presidente Assad deveria liderar uma transição democrática ou sair do caminho. Ele não liderou. Pelo bem do povo sírio, chegou o momento de deixar o poder".

Obama também enfatizou que Washington "não pode e não irá impor esta transição à Síria". "Chegou o momento para o povo sírio determinar seu próprio destino, e vamos continuar firmemente ao seu lado". Durante a reunião do Conselho de Segurança sobre a crise síria, o alto comissário para os Direitos Humanos da ONU, Navi Pillay, informou sobre a execução de 26 homens em um estádio na cidade de Daraa, o que eleva a mais de 2 mil o número de mortos pela repressão no país desde que começaram os protestos, em março passado.

Lynn Pascoe, secretário-geral adjunto da ONU para assuntos políticos, destacou que outras 120 pessoas morreram na repressão desde as últimas discussões do Conselho de Segurança sobre a Síria, em 10 de agosto.

A chefe do Bureau para Coordenação de Assuntos Humanitários da ONU (OCHA), Valerie Amos, informou que uma missão das Nações Unidas visitará a Síria a partir deste final de semana para observar os efeitos da repressão aos protestos contra Assad. "Nos garantiram que teremos total acesso a qualquer local", revelou a funcionária. "Queremos nos concentrar nos locais onde há informações sobre combates". Mais cedo nesta quinta-feira, Navi Pillay afirmou que a Síria pode ter cometido crimes contra a Humanidade em sua sangrenta repressão contra a dissidência e exortou o Conselho de Segurança da ONU a submeter a questão ao Tribunal Penal Internacional.

Obama já impôs um pacote de novas sanções econômicas contra a Síria que, segundo ele, irão "aprofundar o isolamento financeiro do regime de Assad", já atingido por estar na lista dos EUA de estados patrocinadores do terrorismo.

O presidente ordenou o congelamento dos bens do governo sírio sob jurisdição americana, proibiu que qualquer empresa ou cidadão americano realize negócios com o governo sírio, cessou as importações de petróleo ou de produtos derivados da Síria e vetou que cidadãos ou empresas americanas "operem ou invistam na Síria". "Esperamos que as ações de hoje sejam amplificadas por outras", disse o presidente dos EUA, ressaltando que qualquer transição democrática síria "vai levar tempo" e advertindo que o povo sírio enfrenta "mais luta e sacrifício."

Os Estados Unidos haviam anunciado anteriormente que Assad perdeu sua legitimidade para governar e que a Síria estaria melhor sem ele, mas não exigiram explicitamente que ele deixasse o poder.