Milhares de manifestantes se reuniram nesta quarta-feira (17/8) em Nova Délhi para expressar seu apoio a um militante anticorrupção de 74 anos preso, informaram os organizadores da manifestação.
Os organizadores afirmaram que entre 60.000 e 70.000 pessoas participam na manifestação. A polícia não quis fornecer uma cifra precisa de manifestantes.
Na véspera, polícia indiana prendeu mais de mil manifestantes anticorrupção numa manifestação em apoio ao ativista radical, que pretendia iniciar uma greve de fome para exigir mais rigidez de um projeto de lei examinado pelo Parlamento.
O ativista, Anna Hazare, de 74 anos, foi colocado em prisão provisória quando tentava iniciar uma greve de fome "até a morte", iniciativa que foi proibida na segunda-feira pela polícia.
Hazare foi detido em sua casa em Nova Délhi horas antes de iniciar um "jejum até a morte" - inspirado nas greves de fome que Mahatma Gandhi fazia como medida de pressão política.
Milhares de pessoas manifestaram apoio a Hazare. O grande interesse popular e da imprensa pela iniciativa do ativista surpreendeu o governo, que sempre tenta impedir tais ações.
A polícia proibiu Hazare de iniciar a greve de fome sob a alegação de que o parque estaria disponível por apenas três dias, mas ele desafiou a restrição.
De acordo com os seguidores do ativista, Hazare iniciou a greve de fome na prisão, mas a polícia não confirmou a informação.
Em abril, Hazare chamou a atenção nacional com uma greve de fome de 98 horas, com a qual conseguiu que o Parlamento indiano aceitasse a participação de membros da sociedade civil na elaboração de um projeto de lei que endurecia a legislação anticorrupção. Mas decidiu retomar o jejum ao considerar o novo texto pouco rígido.
O projeto de lei estipula que os cidadãos indianos poderão denunciar a um mediador casos de corrupção que envolvam funcionários ou ministros do governo central, que estão protegidos pela atual legislação.