Ao menos 21 civis morreram e dezenas ficaram feridos neste domingo no bairro de Al Raml al Junubi de Latakia, cidade costeira do oeste da Síria, por uma ofensiva terrestre e marítima do exército, anunciou o Observatório Sírio de Direitos Humanos (OSDH).
"Ao menos 21 civis faleceram neste domingo e dezenas ficaram feridos por diversos bombardeios no bairro de Al Raml al Junubi", disse o OSDH em um comunicado transmitido a partir de sua base na Grã-Bretanha.
"Navios de guerra estão atacando Latakia e são ouvidas explosões em vários bairros", disse a ONG.
Além disso, "foram escutados intensos disparos e explosões no bairro de Saliba", enquanto "veículos de paramilitares partidários do regime e forças de segurança se concentravam na cidade", acrescentou o Observatório.
Pela manhã, as forças de segurança também lançaram foguetes no bairro de Al Sakenturi e uma criança ficou ferida em Bustan Saydui, explicou a organização.
De acordo com o OSDH, dois civis morreram no sábado em Latakia após a mobilização de cerca de 20 "tanques e veículos de transporte de tropas (...) perto do bairro de Al Raml al Junubi".
A cidade acolheu nos últimos dias muitas manifestações que pedem a queda do regime do presidente sírio Bashar al-Assad.
Diante do temor de uma ofensiva, muitos cidadãos decidiram fugir de Latakia.
Por sua vez, o exército e as forças de segurança síria entraram na noite de sábado em dois subúrbios de Damasco e prenderam muitas pessoas, disse o Observatório.
"As forças de segurança entraram massivamente em Sakba e Hamuriya e lançaram uma ampla campanha de detenções", explicou o Observatório.
As comunicações telefônicas e a internet da capital, assim como de Latakia, sofrem cortes contínuos, indicou o OSDH.
Por sua vez, os Comitês de Coordenação da Revolução Síria afirmaram neste domingo que já não circulavam trens em direção e procedentes de Latakia.
Na Jordânia, a agência oficial Petra anunciou a morte de um jordaniano de 20 anos, baleado por um francoatirador escondido quando visitava familiares em Homs, cidade situada no centro da Síria.
Em um comunicado publicado neste domingo, seis ONGs de defesa dos direitos humanos exigiram a libertação "imediata" de Abdel Karim Rihaui, presidente da Liga Síria de Direitos Humanos detido na quinta-feira e que se tornou uma importante fonte de informação para a imprensa estrangeira e cujos movimentos no país estão limitados.
No âmbito diplomático, o presidente americano, Barack Obama, voltou a manifestar no sábado sua preocupação pela situação na Síria durante uma conversa por telefone com dois de seus aliados: o rei Abdullah da Arábia Saudita e o primeiro-ministro britânico David Cameron.
Os três dirigentes exigiram o fim "imediato" da violência.
Por sua vez, o Conselho de Segurança da ONU prevê a realização de uma reunião especial na quinta-feira para tratar da situação dos direitos humanos e a urgência humanitária na Síria.
Desde o início do movimento de protesto, em 15 de março, quase 1.800 civis morreram, segundo um registro desta organização. a