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Mina de carvão no Chile é aprovada em meio a protestos

Santiago - Um conselho formado por onze ministros chilenos aprovou o projeto de extração de carvão da mina Invierno, na ilha Riesco, do Estreito de Magalhães, que pretende extrair cerca de 6 milhões de toneladas do mineral por ano, e que é duramente criticado por grupos ambientalistas.

A iniciativa, impulsionada pelas empresas Copec e Ultramar, contempla um investimento de 530 milhões de dólares e foi aprovada pelo conselho de ministros "com algumas observações", afirmou na sexta-feira à imprensa a ministra do Meio Ambiente, María Ignacia Benítez.

Os ministros deveriam revisar a aprovação que a Comissão de Avaliação Ambiental de Magalhães outorgou no dia 16 de fevereiro ao projeto Ilha Riesco, que prevê a construção de cinco jazidas na ilha, que conteria reservas de 73 milhões de toneladas de carvão, segundo a empresa.

Entre "as observações" impostas pelo governo para aprovar o projeto foi incluída a obrigação da empresa de controlar as partículas geradas pela mina e que possam afetar os campos vizinhos, onde o gado se alimenta, assim como um estudo sobre o envolvimento dos animais da fauna local.

O projeto explorará carvão sub-bituminoso em uma jazida a céu aberto, que pretende abastecer o crescente número de centrais termoelétricas do país.

Grupos ambientalistas e parte dos residentes na região se opõem ao projeto, que, a seu ver, contaminará a região, rica em biodiversidade, com um carvão "de qualidade muito ruim", que é "um dos principais culpados pelo aquecimento global", segundo o diretor do Greenpeace Chile, Matías Asún.

Após a decisão ministerial, grupos de ecologistas protestaram em frente à sede da reunião e foram dispersados pela polícia.

O deputado opositor do Partido Pela Democracia (PPD), Enrique Accorsi, que é membro da comissão de Recursos Naturais e Meio Ambiente, adiantou que recorrerão à justiça para paralisar o projeto, que, para ele, não foi tramitado corretamente em nível ambiental.