Brasília - A Missão das Nações Unidas para a Estabilização do Haiti (Minustah) confirmou que há investigações sobre as denúncias de abusos sexuais de crianças envolvendo militares que integram as tropas no país. Integrantes da Minustah também entraram em contato com autoridades do governo do presidente do Haiti, Michel Martelly.
Em comunicado, a Comissão de Investigação para o Desenvolvimento e Organização de Port Salut denunciou a ;má conduta dos capacetes azuis; - expressão utilizada para identificar os integrantes das forças de paz que atuam no Haiti. O representante da comissão, Emso Valentin, disse que há militares ;envolvidos na prostituição de crianças desfavorecidas, com quem mantêm relações sexuais;.
;O pior é que tiram fotografias das crianças nuas com os seus telefones [celulares] para mostrar a outros militares;, disse Valentin. ;[Há militares] que têm fumado maconha na presença de menores;, acrescentou.
O Haiti é país mais pobre das Américas. Desde 12 de janeiro de 2010, as autoridades haitianas com ajuda da comunidade internacional, tentam reconstruir a região que foi devastada por um terremoto. Os tremores de terra foram responsáveis por cerca de 220 mil mortes, além de destruírem prédios públicos e privados, e provocarem uma desorganização geral na região.
A crise se agravou ainda mais com a epidemia de cólera que tomou conta do Haiti. Até hoje as autoridades do país tentam controlar a doença. Recentemente, organizações não governamentais informaram que aumentou o número de casos de pessoas que passam fome em cidades haitianas.