NOVA YORK - O presidente da Síria, Bashar al Assad, admitiu que as forças de segurança de seu país cometeram "alguns erros", em uma reunião com uma delegação do Conselho de Segurança da ONU, integrada por representantes de Brasil, Índia e África do Sul, indicou um comunicado.
Assad também afirmou seu "compromisso com o processo de reformas, destinado a conduzir a uma democracia multipartidária", indicou o comunicado emitido pelas missões diante da ONU dos três países integrantes da delegação.
Assad "reconheceu que alguns erros foram cometidos pelas forças de segurança nos momentos iniciais dos protestos e que estão sendo realizados esforços para evitar sua repetição", afirmou o comunicado emitido pela delegação indiana diante da ONU.
Grupos de defesa dos direitos civis afirmam que mais de 2 mil pessoas morreram na repressão aos protestos desencadeadas em meados de março. Outras mortes foram denunciadas nesta quarta-feira, depois do início da reunião entre Assad e os diplomatas.
O presidente sírio "reafirmou diante da delegação (do Conselho de Segurança) seu compromisso com o processo de reformas, que aponta para a introdução de uma democracia multipartidária" em seu país, afirmou a declaração. "Disse que as reformas políticas vão ser conduzidas em consulta com o povo sírio e que o diálogo nacional vai continuar para dar forma a novas leis e definir um modelo adequado para a economia", completou.
Al Assad também assegurou que as reformas na Constituição estarão prontas entre fevereiro e março de 2012, segundo a delegação, formada por representantes dos ministérios de Assuntos Exteriores de Brasil, Índia e África do Sul, e cujo objetivo, esclareceram no comunicado, foi o de instar o "fim de todo tipo de violência".
Esses três países estão entre os integrantes não permanentes do Conselho de Segurança, de 15 membros, que tinham se oposto à proposta das potências europeias de que o órgão condenasse expressamente o exercício da violência pelo governo.
Um comunicado nesse sentido foi emitido pelo Conselho de Segurança na semana passada, quando a repressão governamental acentuou-se. A missão "expressou sua profunda preocupação pela situação atual na Síria e condenou a violência gerada pelas duas partes", segundo o comunicado.
Os diplomatas também foram recebidos pelo ministro de Assuntos Exteriores sírio, Walid Maouallem, que lhes assegurou que a "Síria será uma democracia livre, pluralista, multipartidarista antes do fim deste ano".