Túnis - A justiça tunisiana vai retomar na quarta-feira (10/8) o processo de 23 membros da família do presidente tunisiano deposto Ben Ali e sua esposa, bem como de seu ex-chefe de segurança Ali Seriati, acusados de tentativa de fuga e posse ilegal de divisas.
Os acusados, entre os quais estão várias irmãs e sobrinhos de Leila Trabelsi, esposa de Ben Ali, foram detidos no aeroporto de Túnis-Cartago em 14 de janeiro, dia da fuga do ex-presidente para a Arábia Saudita.
Na ocasião, estavam em posse de grandes quantidades de dinheiro, em dinares e outras divisas, e também de joias.
O general Ali Seriati, ex-chefe de segurança presidencial, um dos quadros da polícia mais temidos pelos tunisianos, é julgado ao mesmo tempo por cumplicidade e falsificação de passaporte.
Ele foi detido em 14 de janeiro no aeroporto militar de Auina, logo após a partida de Ben Ali.
Este homem-chave do sistema é processado também por acusações mais graves como complô contra a segurança interna do Estado, incitação a cometer crimes e à desordem, pelas quais será julgado posteriormente.
Seu papel na fuga do dirigente expulso por uma rebelião popular gera muitas perguntas na Tunísia, pois alguns suspeitam que ele pressionou o presidente a fugir com a esperança de, em seguida, assumir o controle do país.
O processo, iniciado em 26 de julho passado, teve como destaque o testemunho do general, que afirmou que Zine El Abidine Ben Ali não tinha a intenção de partir com sua família e queria ficar na Tunísia, mas mudou de ideia na última hora, cedendo às súplicas de seus filhos.