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Exército sírio mata 52 civis; Liga Árabe pede fim imediato da violência

NICOSIA - Pelo menos 52 civis morreram neste domingo na Síria durante operações militares, 42 deles na cidade de Deir Ezzor (leste), tomada pelo Exército, afirmou o diretor da Liga Síria dos Direitos Humanos, Abdel Karim Rihaui, ao mesmo tempo que a Liga Árabe pediu o fim imediato da violência no país.

"Quarenta e dois civis morreram e mais de 100 foram feridos em Deir Ezzor pelos disparos das Forças Armadas e das forças de segurança durante operações militares, e pelo menos 10 civis morreram em Hule, perto de Homs (centro)", afirmou Rihaui.

"Milhares de pessoas fugiram desta cidade desde a manhã para Hasake, mais ao norte", completou.

Vinte e cinco tanques e outros veículos de transporte militar chegaram a Hula, cenário de operações militares, durante a manhã, segundo Rihaui.

Os Comitês de Coordenação Locais (LCC), que organizam as manifestações contra o regime, informaram em sua página no Facebook a morte de 42 civis em Deir Ezzor por disparos das forças de segurança".

"Franco-atiradores dos grupos de (o presidente sírio Bashar al) Assad estão nos telhados de vários edifícios de Deir Ezzor e disparam contra qualquer um que se movimente", afirmam.

Neste domingo, o Exército sírio iniciou uma nova operação para reprimir a revolta contra o regime com o envio de tanques a Deir Ezzor e Hula.

No Cairo, o secretário-geral da Liga Árabe, Nabil al-Arabi, pediu às autoridades sírias o fim "imediato" da violência, no primeiro comunicado oficial da organização sobre a repressão na Síria.

Al-Arabi pede às autoridades sírias "o fim imediato de todos os atos de violência e das operações das forças de segurança contra os civis".

O secretário-geral também menciona a "crescente preocupação" após a "intensificação da violênia e das operações militares em Hama, Deir Ezzor e diversas regiões da Síria", na primeira reação oficial da Liga Árabe desde o início da mobilização contra o regime de Bashar al-Assad em março.

Nabil al-Arabi se reuniu em 13 de julho com Assad para abordar os acontecimentos na Síria.