JERUSALÉM - O Ministério do Interior de Israel aprovou definitivamente a construção de 900 novas residências próximas ao bairro de colonização de Har Homa, em Jerusalém Oriental, indicou à AFP um porta-voz do ministério.
"É um programa que foi aprovado pelo comitê regional (projetos e construção) há dois anos", indicou Efrat Orbach.
"Segundo o procedimento em Israel, era preciso adotar emendas, então ele foi enfim aprovado hoje", quinta-feira, acrescentou.
Este acordo marca a última etapa antes do estabelecimento de um projeto que suscitou fortes críticas dos palestinos e da comunidade internacional.
Estas construções vão estender a superfície do bairro de colonização de Har Homa, situado próximo à cidade palestina de Belém, na Cisjordânia.
Hagit Ofran, responsável pela questão das colônias no movimento pacifista "A Paz", classificou a autorização do ministério do Interior de "muito grave" devido à localização das novas casas.
"Isso acrescenta uma nova linha a Har Homa que impede a continuidade do território entre Jerusalém Oriental e Belém e cria mais uma barreira contra a possibilidade de fazer de Jerusalém Oriental a capital palestina em uma solução de dois Estados", declarou ele à AFP.
O ministro israelense do Interior, Eli Yishaimm, citado pelo site Ynet, relacionou este projeto à onda de contestação que o país vive atualmente para denunciar o aumento dos preços no setor imobiliário.
Yushai assegurou que o projeto, embora tenha começado há dois anos, ajudará a satisfazer as reivindicações dos manifestantes, que pedem casas a preços acessíveis.
"Continuamos construindo em Jerusalém, como fazemos em todo o país. A crise imobiliária é grave e não podemos interromper estes projetos", declarou.
O ministro ordenou que seu departamento promova a construção de casas modestas no bairro colonizado "em um esforço para permitir aos cidadãos israelenses comprar uma moradia".
Para a comunidade internacional, as colônias israelenses são ilegais, tenham sido autorizadas ou não pelo governo do Estado hebraico.
Mais de 300 mil israelenses vivem nas colônias da Cisjordânia ocupada e este número não para de crescer. Outros 200 mil estão instalados em uma dúzia de bairros colonizados levantados em Jerusalém Oriental, ocupado e anexado desde 1967, onde vivem cerca de 270 mil palestinos.
Diante da incapacidade dos dois grupos retomarem as negociações de paz, bloqueadas há um ano, os palestinos pretendem solicitar em setembro à ONU a adesão de um Estado palestino.
Para retomar as negociações, os palestinos exigem uma nova moratória da colonização, incluindo Jerusalém Oriental, o que Israel rejeita, apesar das pressões internacionais.