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Impasse na educação leva Chile a mais um dia de protestos violentos

O Chile deverá viver nesta quinta-feira (4/8) mais um dia de protestos violentos. Desobedecendo à determinação do presidente chileno, Sebastián Piñera, que proibiu as manifestações no país, estudantes e professores anunciaram que farão uma grande marcha pelas principais avenidas de Santiago, a capital. Os manifestantes protestam contra o plano de educação anunciado na semana passada pela equipe de Piñera.

Os manifestantes reivindicam mais investimentos no ensino superior e a desmunicipalização da educação básica e fundamental. No Chile, a iniciativa privada domina o ensino superior. Segundo dados oficiais, as manifestações geraram 25% de prejuízos ao país.

Os representantes dos estudantes secundaristas Paloma Muñoz e Freddy Fuentes disseram que há uma insatisfação generalizada entre alunos e professores - daí a decisão de manter a onda de protestos. Nos últimos dias, ocorreram cinco grandes manifestações que envolveram confrontos com os policiais e polêmicas com as autoridades federais.

O ministro do Interior do Chile, Rodrigo Hinzpeter, disse que o governo não vai autorizar as manifestações nem aceitar a "intransigência" dos estudantes e professores. Segundo ele, no Chile ;não há nada que se sobreponha à lei;.

Ontem (3) houve uma reunião entre Hinzpeter, o presidente da Teachers College (o equivalente ao sindicato dos professores), Jaime Gajardo, e a representante dos estudantes universitários Camila Vallejo, sem acordo. Gajardo confirmou a insatisfação dos professores com as medidas anunciadas pelo governo.

O ministro da Educação do Chile, Felipe Bulnes, apelou para que estudantes e professores revejam a decisão de manter a onda de protestos. Segundo ele, a medida é uma ;má notícia não só para o governo, como também para o país;.