NICÓSIA, 3 agosto 2011 (AFP) - Três civis morreram por disparos das forças de segurança nesta quarta-feira em diferentes cidades sírias durante manifestações ocorridas após a oração noturna que marcou o fim do jejum do Ramadã, informou à AFP o chefe do Observatório Sírio de Direitos Humanos, Rami Abdel Rahmán.
"Três mártires caíram e dezenas foram feridos por balas das forças de segurança" nas manifestações celebradas em Damasco, Doa (província de Deraa, sul) e Palmyr (centro), disse.
Cerca de 300 pessoas também se manifestaram nesta quarta-feira à noite ao norte do Líbano para apoiar a queda do regime do presidente sírio Bashar al-Assad.
Segundo o correspondente da AFP em Trípoli, a segunda maior cidade de Líbano, os protestos começaram nas portas de várias mesquitas após a oração noturna que põe fim ao jejum do Ramadã.
"Nós muçulmanos estamos unidos" e "Se Deus quiser o regime cairá no Ramadã" foram alguns dos cânticos entoados pelos manifestantes que tomaram as ruas.
O protesto aconteceu depois de o Conselho de Segurança das Nações Unidas ter condenado nesta quarta-feira a repressão às manifestações contra o regime sírio, que já provocou mais de 2.000 mortes desde o início do movimento de contestação ao regime.
O panorama político libanês está dividido entre aqueles que apoiam o regime de Assad, como o grupo xiita Hezbollah, e os pro-ocidentais, apoiados por Estados Unidos e Arábia Saudita e liderados por Saad Hariri.
O secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, qualificou nesta quarta-feira de "extremamente impactante" a violência com a qual governo sírio tem reprimido as manifestações e assegurou que tratará de dialogar outra vez com o presidente Bashar al-Assad.
Sobre a condenação da ONU à repressão, Ban Ki-moon disse que esta constitui uma "mensagem clara da comunidade internacional" para al-Assad, que não responde às chamadas telefônicas do secretário-geral da ONU.
"O mundo observou a deterioração da situação na Síria com a maior aflição. Contudo, os fatos dos últimos dias têm sido extremamente impactantes", disse Ban Ki-moon após a aprovação da declaração pelo Conselho.
Ao menos cem pessoas morreram e dezenas ficaram feridas no domingo durante uma ofensiva do exército em Hama, cidade rebelde do centro da Síria, em uma das jornadas mais sangrentas desde que foi iniciada a revolta contra o regime, segundo os ativistas.