SYDNEY - Uma australiana que viveu por mais de 15 anos com um esponja cirúrgica do tamanho de uma laranja dentro de seu corpo, após uma cirurgia de abdome, vai processar o médico responsável, por negligência. Helen O;Hagan alega que a esponja foi esquecida em sua cavidade abdominal pelo cirurgião Samuel Sakker, durante uma colectomia realizada em 1992, segundo o "Sydney Morning Herald".
A paciente conviveu com cólicas, febre e complicações intestinais, mas atribuiu os problemas a questões de saúde de longa data que a levaram ao hospital. Apenas em 2007, durante um exame de raio X, ela descobriu a presença da esponja, que foi removida no mesmo dia por outro cirurgião.
O médico responsável pela primeira cirurgia, atualmente aposentado, quer que o caso seja encerrado, alegando que já se passou tempo demais após a descoberta da esponja. Mas o juiz Leonard Levy aceitou a explicação da paciente, que disse ter ficado tão preocupada com seus problemas de saúde - que a levaram a ser internada 23 vezes desde 1970 - que, inicialmente, não procurou saber como a esponja foi parar dentro de seu corpo.
O atraso foi corroborado pelo fato de o cirurgião que removeu a esponja ter sido transferido de estado por três anos, e contou a Helen em maio passado que o material só poderia ter sido deixado em sua cavidade abdominal pelo outro médico.