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Comunidade internacional condena violência na Síria

A comunidade internacional condenou a violência na Síria, que registrou neste domingo (31/7) as mais fortes manifestações desde o início dos protestos contra o governo, há quatro meses. Apenas ontem estima-se que mais de 100 pessoas foram mortas. O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, disse que as informações sobre o ocorrido na Síria foram horríveis.

"Mais uma vez, o presidente [Bashar Al Assad] mostrou que é completamente incapaz e não quer atender às queixas do povo", disse Obama, informando estar consternado e horrorizado com o uso de "violência e brutalidade contra seu próprio povo" por parte do governo sírio. Acrescentou que os Estados Unidos continuarão a trabalhar para isolar o governo de Assad.

[SAIBAMAIS]A União Europeia informou que os ataques das forças de segurança contra os manifestantes não têm justificativa e o governo da Itália pediu uma reunião de emergência do Conselho de Segurança das Nações Unidas para adotar uma posição firme contra a Síria. O governo da Turquia acrescentou que o mundo muçulmano está profundamente decepcionado pela violência crescente no país.

Segundo ativistas, pelo menos 100 pessoas morreram em todo o país ontem devido à ofensiva do governo contra os manifestantes de oposição. Os confrontos foram mais violentos e deixaram mais mortos na cidade de Hama, que foi atacada por tanques logo ao amanhecer.

Testemunhas relataram que tanques dispararam contra civis na cidade. Hama é o centro de alguns dos maiores protestos contra o governo do presidente Bashar al-Assad e esteve cercada pelo Exército durante o último mês. O governo informou que os soldados foram enviados ontem a Hama para retirar as barricadas colocadas nas ruas pelos manifestantes.

A maioria dos jornalistas estrangeiros teve a entrada e permanência proibidas no país, o que dificulta a verificação das informações. Outras cidades da Síria também tiveram confrontos em um dos dias mais violentos desde que os protestos contra o governo de Assad começaram.

Moradores da cidade de Hirak, no Sul, disseram que quatro civis foram mortos e dezenas ficaram feridos ou foram detidos nos confrontos. Ativistas informaram ainda que pelo menos sete pessoas foram mortas na capital da província de Deir Al Zour, no Leste, onde os tanques estão patrulhando as ruas.

Em comunicado, o governo sírio relatou que cinco soldados foram mortos em todo o país. A nota diz que grupos armados estão queimando delegacias de polícia e danificando propriedades públicas e privadas em Hama.

Ativistas dizem que mais de 1.500 civis e 350 oficiais das forças de segurança foram mortos na Síria desde o início dos protestos, em meados de março. Mais de 12,6 mil pessoas foram presas e outras 3 mil estariam desaparecidas.