Mogadiscio - Intensos combates tiveram início nesta quinta-feira (28/7) em Mogadíscio depois de uma ataque da força da Missão da União Africana na Somália (Amison) no mercado de Bakara, reduto da guerrilha islamita dos shebab. Com quase 9.000 militares ugandeses e burundineses, a AMISON está posicionada em Mogadíscio desde 2007 em apoio ao frágil governo de transição do presidente Sharif Sheij Ahmed. A força da União Africana controla um pouco mais da metade da cidade, e os rebeldes controlam toda a parte nordeste.
Este novo ataque da AMISON acontece no dia seguinte ao início da ponte áera do Programa Mundial de Alimentos (PMA) destinado a ajudar as vítimas da seca no país. O PAM enviou um primeiro avião em direção a Mogadíscio carregado com 10 toneladas de alimentos, informou a agência da ONU. Cerca de dez viagens de avião saindo de Nairóbi serão necessárias para levar esta ajuda nos próximos dias.
A seca na África do Leste ameaça 12 milhões de pessoas, de acordo com as Nações Unidas. A situação é particularmente crítica na Somália, onde a ONU decretou formalmente a fome em duas províncias do sul, controladas pelos insurgentes islamitas shebab. A ONU teme que a fome se estenda em dois meses a todas as oito províncias do sul da Somália, amplamente controladas pelos shebab, se "o acesso humanitário" às regiões em crise não for garantido.
Enquanto isso, os rebeldes shebab continuam opondo resistência ao regresso das entidades humanitárias expulsas da Somália em 2009. Mesmo assim, cerca de 20 organizações não governamentais (ONGs) internacionais prosseguem trabalhando no país com relativa eficácia, sem a presença de exilados e sob estrito controle dos islamitas.