QUITO - Um juiz equatoriano condenou nesta quarta-feira (20/7) a três anos de prisão e ao pagamento de 40 milhões de dólares três diretores e um ex-editor do jornal El Universo, na decisão de uma demanda por injúria impetrada pelo presidente Rafael Correa, informaram os sentenciados.
O subdiretor do jornal, Nicolás Pérez, anunciou em sua conta do Twitter e na edição digital de seu jornal que o juiz Juan Paredes impôs "três anos de prisão" para ele, o diretor Carlos Pérez, o também subdiretor César Pérez e o ex-editor de opinião Emilio Palacio. Além disso, ordenou o pagamento de "30 milhões de dólares de forma solidária (entre os três condenados), mais 10 milhões de dólares para o El Universo", completou.
Na ação apresentada em 21 de março, Correa pedia três anos de prisão para os quatro acusados e uma indenização de 80 milhões de dólares. A sentença foi emitida um dia depois que o tribunal realizou a audiência final do julgamento, na qual escutou os argumentos das partes envolvidas durante quase seis horas.
Uma conciliação proposta pelo jornal no início dessa sessão foi rejeitada pelo presidente, que no sábado passado disse que "este é o melhor legado" que pode deixar ao Equador: "demonstrar que os cidadãos podem se defender diante dos abusos da imprensa".
O jornal ofereceu publicar um texto de Correa para que esclarecesse o caso, segundo uma carta dos proprietários. Completaram que sua oferta obedecia à imposssibilidade de "retificar afirmações" que não são suas, assim como para evitar a quebra do diário, um dos mais influentes do Equador.
Correa entrou com a ação judicial após a publicação de uma coluna na qual Palacio chamou Correa de "ditador" e advertiu que poderia ser julgado por crimes contra a humanidade ao supostamente ter ordenado abrir fogo contra um hospital durante uma rebelião policial no último dia 30 de setembro.