Nova York - O Wall Street Journal, símbolo do império midiático da News Corp, rebate nesta segunda-feira (18/7) as críticas contra sua casa matriz, envolvida em um escândalo de escutas ilegais na Grã-Bretanha, denunciando uma amálgama entre o jornal financeiro e os tabloides britânicos.
"Autoridades políticas e nossa concorrência utilizam o escândalo das escutas efetuadas há alguns anos em um recanto britânico da News Corp para atacar o Journal e talvez prejudicar a liberdade de imprensa em geral", se queixa o jornal americano em um editorial.
Ao voltar aos fatos que conduziram a uma dezena de prisões na Grã-Bretanha, especialmente a da ex-diretora-geral da filial britânica da News Corp, Rebekah Brooks, o Wall Street Journal relembra que "as escutas telefônicas são ilegais" e ressalta que "corresponde às autoridades britânicas fazer respeitar a lei".
"Se a Scotland Yard não o fez como deveria quando as escutas ilegais foram descobertas, há anos, isso é mais grave do que as próprias escutas", segundo o jornal nova-iorquino.
De acordo com o Wall Street Journal, os "tabloides britânicos são conhecidos há anos por comprar furos e revirar a lama ao redor das pessoas famosas".
O jornal americano critica os que "gritam para que os políticos derrubem o (presidente e fundador da News Corp, Rupert) Murdoch e a News Corp", e diz confiar nos leitores para "discernir os motivos comerciais e ideológicos de nossos competidores e críticos".
"O que resulta particularmente infectado são as lições de ética jornalística feitas por publicações que dão a Julian Assange e ao WikiLeaks o direito moral de imprimir", acrescenta o editorial, em uma referência transparente aos jornais britânicos The Guardian e americano New York Times.