Ao menos quatro pessoas morreram nesta segunda-feira (18/7) quando uma multidão atacou uma delegacia de polícia na região chinesa de Xinjiang (noroeste), anunciou a agência oficial Nova China. Os falecidos são dois policiais e outras duas pessoas que foram tomadas como reféns no incidente na cidade de Hota, segundo a agência oficial. A Nova China acrescentou que um número desconhecido de assaltantes morreu, mas não deu detalhes.
O incidente teve início quando um grupo atacou a delegacia, tomou reféns e incendiou o edifício, indicou a Nova China, que assegura que a situação está sob controle.
Na capital de Xinjiang, Urumqi, ocorreram em julho de 2009 confrontos entre uigures e hans (etnia majoritária na China) que deixaram ao menos 200 mortos e 1.700 feridos, segundo fontes oficiais. De acordo com a Anistia Internacional, dois anos após os distúrbios, os uigures, muçulmanos de língua turca, continuam sendo vítimas da repressão das autoridades chinesas. Mais de 25 pessoas foram executadas ou condenadas à morte desde estes distúrbios, segundo a imprensa oficial.
De acordo com o Congresso mundial uigur, baseado na Alemanha, os incidentes tiveram início quando a polícia proibiu que um grupo de uigures se reunisse pacificamente. "Ocorreram então os incidentes. A polícia abriu fogo. Treze pessoas foram detidas pela polícia, e uma delas ficou gravemente ferida", disse à AFP por telefone o porta-voz Dilxat Raxit.
Estratégica e rica em recursos naturais, a região de Xinjiang se beneficia de investimentos por parte do governo de Pequim, mas os uigures se declaram excluídos deste importante crescimento econômico e se queixam de não poder exercer sua religião e de sofrer desincentivos a sua cultura.