Ajdabiya - Os rebeldes líbios, fortalecidos por seu reconhecimento político internacional, estão muito próximos de iniciar a invasão que objetiva tomar a cidade petroleira de Brega, disse neste sábado um de seus líderes.
"Avançamos e estamos muito perto de Brega", disse Mustafá El Sagezli, membro do conselho militar da rebelião. Segundo ele, as forças leais a Kadhafi foram entrincheiradas na cidade, agora controlada por 3.000 militares fiéis ao dirigente líbio.
No sábado pela manhã, os rebeldes que se aproximavam pelo norte se encontravam a 4 km de Brega e os do Leste a 10 ou 20 km da cidade.
A marcha, no entanto, foi pega de surpresa por soldados escondidos em trincheiras e houve uma batalha na quinta-feira à noite que causou ao menos 12 mortos e 178 feridos.
Na sexta-feira, uma unidade das forças rebeldes líbias entrou em Brega e depois se retirou para preparar um ataque, informou um porta-voz da rebelião.
Segundo Mohammed Zawi, porta-voz do Exército rebelde em Benghazi, a unidade de reconhecimento entrou em Brega pelo norte da cidade, e se retirou por volta da meia-noite local de sexta-feira.
O líder líbio Muammar Kadhafi, por sua vez, ironizou neste sábado os apelos internacionais pela sua saída, jurando que "nunca" deixará a terra de seus "ancestrais".
"Eles me pedem para deixar (a Líbia), é engraçado. Não deixarei a terra dos meus ancestrais, nem o povo que se sacrificou por mim", disse Kadhafi, comunicando-se por meio de alto-falantes com milhares de líbios reunidos em Zawiya, 50 km a oeste de Trípoli.
"Estou preparado para me sacrificar por meu povo e não deixarei esta terra regada pelo sangue de meus ancestrais que combateram os colonos italianos e britânicos", disse o líder líbio, que enfrenta uma rebelião armada há cinco meses.
As potências mundiais e regionais reunidas na sexta-feira no grupo de contato sobre a Líbia pediram novamente que o coronel Kadhafi deixe o poder e reconheceram plenamente os rebeldes, que o "guia" líbio classificou de "mercenários designados pelo (presidente francês Nicolas) Sarkozy e por seu chefe de inteligência".
"Esses ratos (referindo-se aos rebeldes) tomaram nosso povo como refém em Benghazi, em Misrata e nas montanhas do oeste, e se aproveitam dele como escudo humano", disse ainda, prometendo que "cinco milhões de líbios armados marcharão sobre eles e libertarão as cidades ocupadas assim que ordenar".
As forças governamentais haviam retomado o controle de Zawiya em março, após duas semanas de confrontos com os rebeldes. Esta cidade é localizada nos arredores da fronteira com a Tunísia.