O presidente do Chile, Sebastián Piñera, enfrentou o mais violento dos protestos registrados recentemente no país. Pelo menos 40 pessoas ficaram feridas e 60 foram presas nas ruas de Santiago durante a manifestação desta quinta-feira (14/7). Estudantes e simpatizantes da causa estudantil marcharam pelas avenidas da capital reivindicando melhorias e mudanças no sistema de ensino público chileno.
Na marcha houve estudantes que cobriram os corpos apenas com lençóis brancos, outros que fizeram performances e muitos carregavam cartazes com críticas irônicas ao governo. Um homem de meia idade representou o ex-presidente Salvador Allende (1970-1973), símbolo da resistência aos militares e ao conservadorismo.
Em um ano e quatro meses de governo, Piñera teve ontem seu momento mais crítico. A violência marcou o protesto na Praça Itália (cartão postal de Santiago), que havia sido proibido. Carros foram incendiados e pedras atiradas.
Ao mesmo tempo, Piñera enfrenta a possibilidade de os trabalhadores do setor da mineração decretarem paralisação por tempo indeterminado. Os trabalhadores alegam que o setor será privatizado e vários poderão ser demitidos. O governo nega a possibilidade. O risco de greve afetará a economia chilena, que tem o cobre como principal produto de exportação do país.
Em uma solenidade, na área metropolitana de Santiago, Piñera acompanhou as manifestações ocorridas no centro da capital. Segundo ele, é o momento de buscar a unidade na sociedade chilena, sem violência nem disputas de comando. De acordo com o presidente, todos estão cansados de tanta destruição.
Há cerca de um mês o presidente do Chile enfrenta vários protestos, liderados por estudantes e professores, que contam com a adesão de diversos segmentos da sociedade.