Buenos Aires - Com um discurso conciliador, o atual prefeito de Buenos Aires, Mauricio Macri comemorou nesse domingo (10/7) a vantagem no primeiro turno das eleições para o cargo e iniciou a campanha para o segundo turno. No próximo dia 31 de julho, ele disputará a preferência dos eleitores com Daniel Filmus, o candidato da presidenta da Argentina, Cristina Kirchner.
;Chegou a hora de deixar de lutar com os fantasmas do passado e olhar para o futuro;, disse Macri, pouco depois das 22h, quando mais da metade das urnas haviam sido abertas e ele já tinha assegurado mais de 46% dos votos. Seu discurso, a favor da ;união do país;, foi um chamado aos líderes de outros partidos políticos, cujo apoio ele quer conquistar para garantir a reeleição a prefeito de Buenos Aires. Mas foi também uma critica ao governo de Kirchner, que reabriu centenas de processos contra militares, acusados de violar os direitos humanos na última ditadura (1976-1983).
;O discurso de Macri foi o primeiro para a campanha presidencial de 2015;, disse a analista política Graciela Romer. Candidato do partido Proposta Republicana (PRO), de centro-direita, Macri planejava disputar as eleições presidenciais de outubro. Mas tinha poucas chances de derrotar a presidenta Cristina Kirchner, que tentara sua reeleição. Por isso preferiu garantir sua reeleição a prefeito de Buenos Aires, cidade com 2,4 milhões de eleitores, e disputar a Presidência da Argentina em 2015.
A derrota de Filmus no primeiro turno era previsível, mas o governo federal esperava que ele fizesse uma boa campanha para ganhar terreno em uma cidade que sempre foi reduto da oposição. Candidato da Frente pela Vitória, ele representa o voto ;progressista;. Mas não é o único: o cineasta Pino Solanas, terceiro colocado nas eleições a prefeitura de Buenos Aires, também atraiu os eleitores de centro-esquerda.
Com mais de 90% das urnas abertas, Filmus tinha 28% dos votos assegurados, mais do que obteve em 2007, quando disputou com Macri e conseguiu 23% dos votos. Já Pino Solanas obteve 12% dos votos.