WASHINGTON - A secretária de Estado dos Estados Unidos, Hillary Clinton, está "muito decepcionada" com a execução de um cidadão mexicano no Texas, sul dos EUA, depois que o governo americano pediu que não fosse feita, informou a porta-voz do Departamento, Victoria Nuland, nesta sexta-feira.
"Se não protegermos os direitos dos estrangeiros nos Estados Unidos, nos arriscamos a perdes os direitos de nossos cidadãos" detidos em outros países, disse Nuland, após a execução efetuada na noite de quinta-feira de Humberto Leal, que não contou com a assistência do consulado mexicano durante o julgamento. "A secretária está muito decepcionada com o resultado deste caso", disse a porta-voz em uma entrevista coletiva à imprensa.
[SAIBAMAIS]O governo americano havia pedido à Suprema Corte que impedisse a execução do mexicano de 38 anos, condenado pelo estupro e assassinato de uma adolescente de 16 anos, argumentando que provocaria "um dano irreparável" aos interesses americanos.
Leal era um dos 51 mexicanos condenados a morte nos Estados Unidos a quem, segundo a Corte Internacional de Justiça (CIJ), foi negado o direito à assistência consular, conforme exige a Convenção de Viena.
O México condenou de forma veemente a execução e a ONU afirmou nesta sexta-feira que os Estados Unidos violaram as leis internacionais ao proceder com a execução do mexicano Humberto Leal, que dizia ser inocente.