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Repressão a manifestações na Síria deixaram 18 mortos na sexta, segundo ONG

NICÓSIA - As forças de segurança sírias mataram 18 pessoas na sexta-feira ao abrirem fogo contra manifestações reunindo dezenas de milhares de opositores ao regime no país, e efetuaram dezenas de detenções, segundo registro divulgado neste sábado por uma ONG local.

Desde o dia 15 de março, quando surgiu um movimento de protesto contra o regime do presidente sírio Bashar al-Assad, 1.332 civis foram mortos, assim como 341 policiais e soldados, segundo um novo registro divulgado pelo Observatório Sírio dos Direitos Humanos em seu site. Este registro, que aumenta apesar das condenações internacionais, não impediu que os organizadores da página do Facebook "The Syrian Revolution 2011", que impulsiona a onda da contestação, convocassem um novo desafio, "um vulcão" em Alep, para 30 de junho.

Segunda maior cidade do país, situada no norte, a 90 km da Turquia, Alep é um bastião do regime, e as autoridades de Ancara -que recebeu quase 12.000 refugiados- temem uma catástrofe humanitária em caso de revolta.

De acordo com o Observatório, as forças de segurança detiveram entre 70 e 80 manifestantes em Mareh, próximo a Alep, depois de uma manifestação contra o regime feita à noite. No total, a ONG registrou cerca de cem detenções e indicou protestos noturnos em Deir Ezor (leste), Duma (próximo a Damasco), Khableh (noroeste) e Latakia (noroeste). Nas últimas duas cidades, as forças de segurança revistaram casa a casa durante a noite e foi decretado toque de recolher, segundo ativistas.

Horas antes, dezenas de milhares de opositores realizaram uma passeata, apesar da repressão das autoridades que deixou 18 mortos. Seis pessoas morreram em Kesua, próximo à capital síria; cinco, em Barzé, bairro de Damasco; três, em Homs (centro); e quatro, em uma localidade situada próximo desta última; informaram o Observatório Sírio dos Direitos Humanos e vários ativistas.